terça-feira, 11 de janeiro de 2011

Bhagavad Gita - Escolher o lado na guerra do bem contra o mal


Bhagavah Gita narra uma batalha (com soldados de verdade e tudo o mais) e um enorme conflito existencial que se passa com o guerreiro Arjuna... que é guiado por Krishna para sanar suas dificuldades.

Tal "guerra" na verdade é uma simbologia das guerras internas que todos nós travamos, a vida inteira, diariamente... o texto abaixo (trecho do livro "A Yoga do Bhagavad Gita", de Paramahansa Yogananda) fala um pouco disso.






Do momento da concepção até o último suspiro, o homem tem de travar, em cada encarnação, batalhas inumeráveis - biológicas, hereditárias, becteriológicas, fisiológicas, climáticas, sociais, éticas, políticas, sociológicas, psicológicas, metafísicas - , uma variedade enorme de conflitos interiores e exteriores.As forças do bem e o mal (considere que o BEM é aquilo que expressa a verdade e a virtude, atraindo assim a consciência...enquanto o MAL é a ignorância e a ilusão) competem pela vitória em todos os encontros.Toda a intenção do GITA é alinhar os esforços do homem com o dharma, ou o que é correto.A meta definitiva é a Autorrealização, a percepção do verdadeiro Eu do homem, a alma como feita à imagem de Deus, unificada com a bem-aventurança sempre-nova, sempre-consciente e sempre-existente do Espírito.


A primeira competição da alma, em cada encarnação, se dá com outras almas que buscam o renascimento.Quando da união do espermatozóide com o óvulo para começar a formação de um novo corpo humano, aparece uma cintilação de luz no mundo astral, o lar celeste das almas entre as encarnações.Essa luz emite um padrão que atrai a alma de acordo com seu karma - as influências que ela própria criou pelas ações em vidas passadas.Em cada encarnação, o karma age parcialmente por meio das forças hereditárias; a alma de uma criança é atraída para uma família em que a hereditariedade seja compatível com o karma passado dessa criança.Muitas almas diligenciam entrar nessa nova célula de vida.Apenas uma será vitoriosa (nos casos de concepção múltipla, existe mais de uma célula primordial).


No corpo da mãe, o nascituro luta contra as doenças, a escuridão e sentimentos periódicos de limitação e frustração, à medida que a consciência da alma, na criança que ainda não nasceu, recorda-se da maior liberdade de expressão durante a temporada astral e, em seguida, a esquece gradualmente.A alma no embrião também tem de enfretar o karma que influencia, para o bem ou para o mal, a formação do corpo em que agora está residindo.Além disso, sofre as influências das vibrações que a alcançam vindas do exterior - o ambiente e as ações da mãe, sons e sensações externos, vibrações de amor e ódio, de paz e raiva.




Após o nascimento, as lutas do infante se dão entre seus instintos de buscar conforto e sobrevivência e o relativo desamparo antagônico do instrumento corporal imaturo.


A criança começa sua primeira luta consciente quando tem de escolher entre o desejo de brincar despreocupadamente e o desejo de aprender, estudar e seguir um curso de educação sistemática.Gradualmente, surgem batalhas mais graves que lhe são impostas pelos instintos cármicos interiores ou pela má companhia e pelo ambiente exterior.


De repente, o jovem se vê confrontado com um grande número de problemas para os quais está frequentemente mal preparado: as tentações do sexo, da gula, da prevaricação, de ganhar dinheiro por meios fáceis mas duvidosos, a pressão das companhias com que anda e das influências sociais.É comum que o jovem descubra que não tem uma espada da sabedoria com que combater os exércitos invasores das experiências mundanas.


O adulto que vive sem cultivar e sem empregar os poderes inatos da sabedoria e do discernimento espiritual descobre inexoravelmente que o reino do seu corpo e de sua mente está sendo tomado pelos desejos errados, pelos hábitos destrutivos, pelo fracasso, pela ignorância, pela doença e pela infelicidade, que se rebelam e são produtores de um estado miserável.


Poucos homens chegam a se dar conta de que em seu reino há um permanente estado de guerra.Geralmente, só quando esse reino está quase que completamente arrasado é que os homens percebem, indefesos, a triste ruína de sua vida.Os conflitos psicológicos por saúde, prosperidade, autocontrole e sabedoria têm de ser reiniciados todos os dias, para que o homem se adiante na direção da vitória, reconquistando, centímetro por centímetro, o território da alma ocupado pelos rebeldes da ignorância.




O iogue, o homem que está despertando, é confrontado não apenas com as batahas exteriores, travadas por todos os homens, mas também com o entrechoque interno entre as forças negativas da inquietude (que surgem de manas, ou consciência dos sentidos) e o poder positivo do desejo e do esforço para meditar (apoiado pela inteligência, buddhi), ao tentar estabelecer-se de novo no reino espiritual interior da alma: os centros sutis da vida e da consciência divina, na coluna vertebral e no cérebro.


Portanto, o Gita aponta, logo na primeira estrofe, a primordial necessidade que o homem tem da introspecção todas as noites, de modo que possa distinguir claramente que força - o bem ou o mal - venceu a batalha cotidiana.Para viver em harmonia com o plano de Deus, o homem precisa repetir para si próprio, todas as noites, a indagação sempre pertinente: "Reunidas no espeço sagrado do corpo - o campo das ações boas e más - , que fizeram minhas tendências opostas ? Que lado, nesta guerra incessante, venceu hoje ? Vamos, me diga : as más tendências corruptas, tentadoras, e as forças opostas da autodisciplina e do discernimento, que fizeram ?"




Após cada prática de meditação concentrada, o iogue pergunta a seu poder de introspeccção: "Reunidos na região da consciência, no eixo cerebrospinal e no campo da atividade sensorial do corpo, ansiosos pela batalha, as faculdade sensoriais da mente, que tentam puxar a consciência para fora, e os filhos das tendências discernidoras da alma, que estáo procurando retomar seu reino interior, que fizeram ? Quem venceu hoje ?"




A pessoa comum, como um guerreiro sitiado, calejado pelas cicatrizes, tem bastante conhecimento das batalhas.Frequentemente, porém, seu treinamento assistemático deixou a desejar quanto à compreensão do campo de batalha e da ciência que há por trás dos ataques das forças antagônicas.Esse conhecimento ampliaria suas vitórias e diminuiri as derrotas atordoantes.

E aí ? Quem venceu a batalha hoje ?

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sexta-feira, 24 de dezembro de 2010

Feliz Natal !

Para TODOS os seres.

(se for meio míope, clique na imagem para ela aparecer em tamanho original)   :)




A gente chega lá.

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segunda-feira, 13 de dezembro de 2010

Subindo o morro...

Não há muito o que dizer....

Só que as duas horas de caminhada (boa parte subindo o morro) e aquele monte de trilhas complicadas não foram nada comparado ao presente que foi chegar no lugar...

Viva o Véu da Noiva.Preciso voltar pra lá.

Imagens valem mais que palavras. (clicando nas fotos, elas surgem em tamanho maior).



Já no alto do Morro... a bela Ouro Preto vista de cima.





 
Tem um Shiva Lingan ali...


Seguindo pelo caminho, uma casa com um ursão de pelúcia... e um ser quase invisível preguiçoso encima...



Ah, finalmente....



 Ah, cachoeira...





Esses dias estava comentando com um amigo... não é um ABSURDO a gente ter que PAGAR... por água ? A natureza dá de presente...



Precipício


Bonita




Muito mais alto do que parece...



Obrigado, obrigado, obrigado...



 Viajando


 Bela adormecida


Na hora de ir embora, nos deparamos com isso....Dá pra notar as 2 corujinhas ali ? 





Não quero voltar...................

Não sei o que virá no próximo ano.
Não quero pensar nisso agora.

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sexta-feira, 10 de dezembro de 2010

Eu....e os ratos da minha vida.



Minha afinidade com os animais brotou em mim muitos anos antes de eu criar consciência do quanto eu contribuía para a dor de muitos deles, pelo simples fato de ser um humano.

Quando comecei a praticar Yoga e fui "apresentado" à realidade (que estava ali na minha cara mas eu nunca soube enxergar) sobre o quão bizarro e monstruoso é a forma como tratamos aqueles que chamo de "nossos irmãos menores", essa afinidade se transformou em uma necessidade de cuidado e proteção.Em relação a todos os bichos.

Muitos deles já me trouxeram ensinamentos que nenhum livro, professor, curso ou faculdade poderia chegar perto de proporcionar.

Mas não me lembro de algum que tenha me proporcionado um "pseudo-semi-samadhi" como o que eu senti ontem.

E justo um dos animais mais "odiados" do planeta.




Pois é.Ontem eu conheci um rato.Vou chama-lo de Tuti.




Tuti é preto, tem o pelo bem curto e liso, mede uns 15 cm (sem rabo).E estava escondido dentro de um vaso, lá na escola de Yoga aqui no centro de Ouro Preto.





Anda chovendo demais por aqui.Um sol agonizante durante a manhã, seguido de muita chuva durante a tarde.Como a parte de trás da escola fica de frente para praticamente uma "floresta" (o que torna a prática uma delícia), imagino que Tuti deu um jeito de entrar por algum canto ali, durante a chuva, para se proteger.

Pois bem, lá estava eu com dois amigos, esperando o tempo passar para quando fosse o horário de aula, quando um deles (Jorge) me aparece, com uma risadinha sutilmente nervosa : "Rodrigo, vem ver o que eu achei aqui dentro do vaso...".


Eu nunca vou entender o que aconteceu comigo naquele momento.

Só sei que, ao bater os olhos dentro do vaso e notar naquele rato... todo pensamento ou sensação de afinidade, proteção, bem-querer, cuidado, amor (que seja).... simplesmente desapareceu imediatamente.

Uma vibração me subiu a espinha e tudo o que eu queria era distância.

Depois de 1 minuto de "paralisia" sem saber o que fazer (Jorge havia colocado um pano sobre o vaso para o rato não sair dali... mas nós não podíamos erguer o vaso do lugar, pois possuia fundo falso... se o fizéssemos, o rato estaria ali, no chão, do lado dos meus pés descalços).

Foi preciso o terceiro amigo (Caldas) pra ter a "coragem" de colocar uma revista por baixo do vaso, cobrindo assim o fundo falso... e erguê-lo dali, pra jogar o rato de volta para o mato...

Só que quando ele descobriu o vaso, ao invés do rato cair "pra fora", ele caiu "pra dentro".E saiu correndo pelo chão da casa.

Eu estava em um plano superior (não, não estava gritando encima de uma cadeira, estava no andar de cima da casa mesmo) e ver o bichinho ali, solto... me trouxe tudo de ruim.Medo, nojo, um desejo enorme que o bicho simplesmente sumisse da minha frente.O pavor ainda aumentou quando notei que ele se escondeu.Daí danou-se........

Me imaginei praticando Yoga ali no momento da aula e o Tuti aparecendo do nada no meio da sala, talvez no momento do relaxamento e andando por cima de mim.... *medo, medo, medo...

Faltava ainda mais de uma hora para a prática começar.... e ficou claro que não íamos encontra-lo.Ele só sairia a hora que quisesse, sabe-se lá onde havia se metido...



E foi só quando eu me dei conta de que "não havia solução para o problema".... que eu notei o quão ridícula era aquela cena interna minha....



Eu sou 200 vezes mais pesado que o rato.
O tamanho dele... é metade do meu pé.
Ele estava 50 vezes mais apavorado do que eu (e tinha toda razão do mundo pra isso).
Não me oferecia perigo nenhum, mesmo que quisesse.


 
"ah, mas rato morde !"


Sim, e gato também morde, cachorro também morde, suas bocas e dentes são muito maiores e mais fortes... e não vemos por aí gente correndo desses animais... eu pelo menos não corro. rs

Eu fiquei apavorado e paralisado por causa de algo que... era inofensivo.


Ok, tudo isso que escrevo aqui é muito óbvio... torna-se até idiota de tão óbvio que é...



Mas a novidade foi que tal situação absolutamente idiota.... me fez parar para pensar... nos outros ratos da minha vida.

Metaforicamente falando.




Quantas vezes na vida será que eu me deparei com situações onde o medo me dominou sem motivo ?

Quantos "ratos" apareceram e me impediram de ter alguma ação, ou simplesmente me trouxeram a sensação de asco injustificável ?

Outra coisa... o rato não passa de um símbolo na minha mente... acho que na de muita gente.Representa aquele "sub-mundo", aquela coisa desconhecida... obscura......


Não imaginava que eu ainda poderia ter tanto medo de algo, só por ser obscuro...



Depois dessa "conscientização", acho que fiz uma das melhores práticas da minha vida.Se bobear eu até "torci" pro ratinho aparecer no meio da aula, acho que faria um Puja a ele.


Grande Tuti.E, mesmo que por poucos minutos... Guruzinho Tuti.




Te agradeço por ter surgido e me mostrado que eu ainda tenho muuuuito pra aprender.

E me fazer ficar atento agora para com todos os meus medos... sempre atento para o quão insignificantes podem ser os motivos dos mesmos...

Espero que esteja em segurança.

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terça-feira, 24 de agosto de 2010

O que é Hatha Yoga ?

O Texto abaixo foi escrito em uma comunidade do Orkut, é de autoria de Christian Rocha (clique aqui), alguem que chama minha atenção a cada texto exposto.Vale a pena conferir.

Se você tiver orkut e quiser conferir o texto ou comentar, entre aqui.

Tomei a liberdade de colocar alguns comentários pessoais em algumas partes.Sempre em tom crítico, porque eu sou um chato mesmo, quando o assunto é esse...

Lá vai :

 

O que é Hatha Yoga

Estou abrindo este tópico a todos os participantes como forma de promover um debate que torne mais claro o que é o Hatha Yoga.

Existe muita confusão em torno deste sistema. O subtítulo "o yoga do corpo" apenas aumenta essa confusão ao colocar as coisas de forma tão breve e simplória. Há os que pensam que o Hatha Yoga é uma forma inferior de yoga justamente por incluir práticas físicas; isto, aliás, faz com que se acredite que o Hatha Yoga demande complementos ou associações com outros sistemas de yoga ou algo desse tipo.

Talvez seja útil iniciar este tópico citando alguns textos:

Hatha Yopa Pradipika (I:1-2):
Este conhecimento [do Hatha Yoga], como uma escada, conduz ao elevado Rája Yoga. O yogi Svátmáráma (...) estabelece desde o início que o ensinamento do Hatha Yoga é somente um meio para a realização do Rája Yoga.

(e é importante ter claro que Raja Yoga, no contexto do Hatha Yoga Pradipika, é o estado de yoga, que pode ser entendido como sinônimo de samadhi. É diferente de imaginar que o Hatha Yoga seja uma preparação para o yoga de Patañjali)

Gheranda SamhitaI:invocação: Inclino-me perante o Senhor Shiva que no princípio ensinou o Hatha Vidya, ciência que destaca como o primeiro degrau da escadaria que conduz às supremas alturas do Raja Yoga.
I:5: Da mesma maneira que se aprende o alfabeto, com a prática, podem-se dominar todas as ciências, mediante o domínio do Hatha Yoga adquire-se no final o conhecimento da verdade que libera a alma da escravidão.


(vale aqui o que eu disse acima sobre "Raja Yoga")

Goraksha Shataka (1-2)
Esse é um guia para o conhecimento do Ser e uma chave para abrir as portas da discriminação. Essa é uma escada para a libertação, uma forma de escapar da morte e muito mais, já que permite que a mente se retraia de maya (ilusão) e se ligue ao Absoluto, ou ao Ser Supremo (Paramatman).
Mas e o que se faz hoje em dia com o nome de Hatha Yoga?
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Em minha opinião a maioria dos métodos modernos mais confunde sobre o Hatha Yoga do que esclarece. Para que não digam que eu só olho para velharia, vamos dar uma olhada nas definições atuais. Eis o que encontrei em alguns sites:
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1) …[o hatha yoga] é normalmente mais passivo, exige permanências em posturas por períodos mais longos e é fisicamente menos exigente do que estilos dinâmicos. Normalmente a atenção é concentrada na meditação e na respiração lenta. -http://www.findyoga.com.au/yoga
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2) …[o hatha yoga] é geralmente o nível mais fácil do yoga, próprio para iniciantes. [Com o hatha yoga] Você aprenderá as principais posturas do yoga e terá o tempo necessário para encontrar o alinhamento adequado para cada postura, que é sustentada por várias respirações. O hatha yoga não é muito forte e pode ser uma boa forma de iniciar-se no yoga. -- http://answers.yahoo.com/question/index?qid=20070709104840AATNHOh
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3) Este tipo de aula [de hatha yoga] tem ritmo lento e gentil e é bom para iniciantes, mulheres grávidas e pessoas de todas as idades. É o tipo mais básico de yoga ensinado em academias e espaços de terapias corporais. -- http://www.improvingyourworld.com/health/differences_between_hatha_yoga_and_bikram_yoga_003780.html  (O mais irônico desse tipo de comentário ignorante é que eu já o vi saindo da boca de gente que se diz professor de Yoga...)
4) [O hatha yoga é] A ioga tradicional. Ela combina relaxamento, meditação, técnicas de respiração com alongamentos em proporções equivalentes. Recomendada para: pessoas de todas as idades, de ambos os sexos, mesmo que tenham problemas de saúde. -- http://revistaepoca.globo.com/Revista/Epoca/0,,EDG74699-6014-425-7,00-IOGA+MEDICINA.html
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5) -- O que é: trata-se da linha tradicional, da qual derivou a maior parte das outras modalidades de ioga. É uma aula lenta, que dá ênfase aos exercícios simples de respiração, ao relaxamento e à meditação. A sequência de posturas equilibra força e flexibilidade, de acordo com as necessidades dos alunos.
–- Grau de dificuldade: baixo. As classes podem ter níveis mais avançados, mas, ainda assim, a aula não exige muito esforço do praticante.
–- Para quem é mais indicada: para quem está começando a praticar ioga ou para quem quer se dedicar mais à meditação.
–- Comentário: se você é do tipo que busca o ritmo frenético de academia em uma aula de ioga, esqueça. Essa é uma atividade leve, para não dizer levíssima. Pode ser lenta demais para quem almeja exercícios atléticos ou vigorosos.
-- http://veja.abril.com.br/180309/p_140.shtml (A revista Veja, pra variar, afirmando asneira atrás de asneira e emburrecendo seus leitores).

E a pérola das pérolas:

6) Características do Hatha Yoga:
– os asanas são sempre repetidos por várias vezes
– não há regras de execução
– não há passagens coordenadas de um asana a outro
não tem como objetivo o samadhi, por isso as maiores autoridades ortodoxas não consideram o hatha como yoga
-- http://julianatoroswasthya.multiply.com/journal/item/4/4 (Essa tal de Juliana não deve nem saber que dia é hoje e PIOR... mal sabe que o Yoga que ELA pratica (Swasthia) não é NADA além de uma variação modernex  do Hatha Yoga... Aliás, é meio assustador como esse tipo de "instrutor" absolutamente desinformado se prolifera por aí... provavelmente a culpa é do mentor dela, a qual ela chama aqui de "autoridades ortodoxas"... que de ortodoxo não tem nada).
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(v. também: http://yogailhabela.wordpress.com/2009/10/28/o-que-e-hatha-yoga/ )

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Por favor, comparem o que todos estes sites dizem com aquilo que as escrituras dizem.  (Aqui cabe um comentário... nós que falamos em "escrituras" não somos chatos xiítas que acham que praticantes/professores de Yoga tem a obrigação de conhecer todos os textos antigos em sua totalidade...até porque eu, por exemplo, não sou nenhum grande erudito no assunto... mas seria interessante que, ao falar de termos como Hatha Yoga, as pessoas fossem pesquisar na FONTE... e não no Google ou na revistinha semanal de "Beleza e Bem-Estar" ou no professor da academia de ginástica).


É adequado, a partir deste ponto, estabelecer o seguinte:
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1) Hatha Yoga é a releitura tântrica dos Yoga Sutras (popularmente chamado de "Raja Yoga", "Yoga Clássico" ou "Yoga de Patañjali") feita pelos monges nathas. Quem quiser saber o que é o Nathismo e sua importância dentro do Hatha Yoga, veja estes dois links: http://yogailhabela.wordpress.com/yoga/natha-sampradaya/ e http://yogailhabela.wordpress.com/2010/07/08/entrevista-com-swami-shankar-nath/

Em outras palavras, os nathas foram os fundadores do Hatha Yoga.

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2) O Hatha Yoga se propõe a ser completo. Quando as escrituras dizem que "o Hatha Yoga conduz ao Raja Yoga", "Raja Yoga" não significa o método de Patãnjali, mas o estado obtido ao seguir o Ashtanga Sadhana (a via de oito passos proposta por Patañjali). O fato é que os Yoga Sutras não definem um método (vale lembrar que nos Yoga Sutras asana é definido como "qualquer postura estável e confortável"). Quando os nathas associam o tantrismo ao yoga de Patañjali é que surge o Hatha Yoga -- e com ele diversas técnicas que têm como objetivo a condução ao estado de yoga ("raja yoga", moksha, kaivalyam etc.). 
3) Embora não seja correto afirmar que "Hatha Yoga é o yoga do corpo", é correto afirmar que todo yoga que dedica algum tempo à prática exclusiva de asanas (como ocorre em 99,9% dos métodos e escolas atuais) é derivado do Hatha Yoga. (Ou seja... 99,99% dos "praticantes de Yoga" do planeta Terra atualmente... praticam Hatha Yoga... 99,99% dos cursos de formação são de Hatha Yoga... e 99,99% dos instrutores são de Hatha Yoga... o triste é que parece que em breve 99,99% dos praticantes não vão fazer a menor idéia deste fato.... ) Para atestar isso, basta comparar com a visão clássica (Patañjali) dos asanas: a grosso modo, asana é tão-somente a postura (qualquer postura) que se adota para meditar. (ou seja, na  maioria dos casos, são as posturas sentadas com as pernas cruzadas) A distinção entre posturas é iniciada com os nathas e com as escrituras que fundam o Hatha Yoga.

Isto não significa que antes dos nathas não havia asanas distintos e não havia a prática de asanas distintos. Significa apenas que os nathas (com suas escrituras) foram os primeiros a estabelecer essa distinção, detalhando posturas (como no Hatha Yoga Pradipika, que descreve 16 posturas) e outras técnicas corporais (como os kriyas e os mudras).

Logo, Iyengar Yoga, Sivananda Yoga, Bikram Yoga e Hot Yoga, Yin Yoga, Ashtanga Vinyasa Yoga, Power Yoga, Anusara Yoga, Jivamukti Yoga, Kundalini Yoga, Satyananda Yoga etc., todos estes são métodos derivados do Hatha Yoga. Até mesmo o Swasthya Yoga, cujos praticantes declaram que o Hatha Yoga é um "yoga inferior", é um método derivado do Hatha Yoga.  (O Swasthia Yoga é composto por pessoas que são muito menos inteligentes do que acreditam ser, e praticam muito menos Yoga do que querem aparentar...a começar pelas mentiras que adoram repetir.Há excessõs, claro, como em tudo na vida.Mas de cada 10 instrutores de lá que eu conheci, 8 eram fanáticos religiosos... ou puramente montanhas de ego ambulante).



Recomendo fortemente a leitura destes dois textos:
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Hatha Yoga e Raja Yoga http://meditacaoyoga.blogspot.com/2009/04/hatha-yoga-e-raja-yoga.html o Hatha Yoga (o yoga tântrico) é uma restauração do Yoga de Patañjali, essa restauração cobre todo o Yoga de Patañjali, com seus oito componentes clássicos, e acrescentando várias técnicas novas, tornando o sadhana mais diversificado, mais completo, com variadas ásanas, pránáyamas e shatkarma, mas continuou o "mesmo" yoga, em essência. Algumas pessoas afirmam que o Hatha Yoga é uma prática de preparação corporal para outros tipos de yoga. Não há essa afirmação em shástras do Hatha Yoga, e seria contraditório dizer que Hatha Yoga prepara para o Patañjali Yoga (ou Raja Yoga), pois o Hatha Yoga é o Raja Yoga restaurado em outro época.
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O Hatha Yoga e os diversos "tipos" de Yoga. http://meditacaoyoga.blogspot.com/2009/04/o-hatha-yoga-e-os-diversos-tipos-de.html...os Náthas criadores do Hatha Yoga reformularam o Yoga de Patañjali dando mais ênfase nas ásanas, pránáyamas e purificações. Dando uma abordagem mais típica do Tantra, que entretanto não exclui em nada o Patañjali Yoga, muito pelo contrario, o tornou mais rico. (...) Alguns pensam que "Raja Yoga" é que tem yama, niyama, dharana, dhyana e samadhi, e o Hatha Yoga se utilizaria apenas de ásana e pránáyama e seria uma preparação para outros tipos de "yoga", mais uma vez nada poderia estar mais errado.
Espero que isso ajude a esclarecer o que é o Hatha Yoga. Quem puder colaborar com o tópico, por favor o faça, será muito bem-vindo.

Não tenho interesse em ser o dono da verdade, apenas estou expondo o que encontrei em livros, escrituras, pesquisas. Como podem notar, citei algumas fontes, que podem ser verificadas, comentadas, criticadas. Espero que quem participar faça o mesmo, evitando apoiar-se exclusivamente no "eu acho que...".

Não quero dizer com isso que opiniões não são importantes. Cada um tem preferências e um modo próprio de ver e compreender o yoga. O importante é saber distinguir a opinião e a preferência pessoal daquilo que realmente é a tradição de onde essa opinião e essa preferência surgem. No entanto, é comum que uma opinião, uma preferência ou método (fruto de uma visão estritamente pessoal) tornem-se suficientes para estabelecer retroativamente o próprio Hatha Yoga, o que é no mínimo temerário.

Bom, é isso aí.

A todos, muito obrigado. (Eu que agradeço o esforço).

Complemento / 'disclaimer'

Minha intenção com este tópico não é estabelecer que um yoga é melhor do que os outros ou que o yoga é melhor do que outras tradições, orientais ou ocidentais. Minha intenção é apenas estabelecer o que é o Hatha Yoga, distingui-lo de tantas coisas que têm sido feitas e chamadas com esse nome. A desinformação predomina e acho importante fazer(mos) um esforço para mudar isso.

Isto não torna o Hatha Yoga original melhor do que outros sistemas, métodos ou tradições. Apenas o torna diferente. O que existe é o método mais adequado para as necessidades de cada pessoa. Quem se preocupa muito com o alinhamento postural certamente vai preferir o método Iyengar ao Hatha Yoga original; quem busca fortalecimento corporal, provavelmente vai preferir o Ashtanga Vinyasa Yoga e assim por diante. (Acho que é a única parte onde discordo do Chrstian.... Iyengar Yoga e Ashtang Vinyasana Yoga são praticas de ÁSANAS ao meu ver... e não praticas de Yoga... e ainda assim, são praticas incompletas de Ásana, pois não existe a interiorização e a verdadeira consciência em cada postura, sem contar que Iyengar te enche de bengalas...... mas isso é opiniao minha...e eu sou chato quando o assunto é esse... mas que fique claro  que eu não gosto dos métodos... e não dos mestres que os criaram.).

Não existe o verdadeiro Hatha Yoga e o falso Hatha Yoga; existe Hatha Yoga e existem métodos inspirados no Hatha Yoga. Meu objetivo com este tópico é também distinguir essas coisas todas, saber o que é uma coisa e o que é outra coisa.

A partir daí é muito mais fácil misturar, inventar, aperfeiçoar métodos; fazer isso antes de ter claro para si o que cada uma dessas coisas é só aumenta as chances de enganar e ser enganado.

Meus agradecimentos novamente ao Christian, acima de tudo pela busca que demonstra ter pela verdade, que é algo do qual compartilho em relação ao Yoga (e à vida, claro), mesmo considerando que ainda engatinho em muitos e muitos aspectos do assunto.

Que eu tenha mais tolerância quando tal assunto vier à tona... 

E que nenhum praticate ou instrutor de Swasthia ou Yengar ou AVY fique melindrado...

Om Shanti.

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domingo, 22 de agosto de 2010

POR QUE O FRANGO ATRAVESSOU A RUA ?

 

O que disseram as grandes mentes?




 Platão: porque buscava alcançar o bem.










  
Aristóteles: é da natureza dos frangos cruzar a estrada.












 
Freud: a preocupação com o fato de o frango ter cruzado a estrada é um sintoma de insegurança sexual.










Maquiavel: a quem importa o porquê? Estabelecido o fim de cruzar a estrada, é irrelevante discutir os meios que utilizou para isso.









Marx: o atual estágio das forças produtivas exigia uma nova classe social de frangos, capazes de cruzar a estrada.






Einstein: se o frango cruzou a estrada ou a estrada se moveu sob o frango, depende do ponto de vista. Tudo é relativo.












Sócrates: tudo que sei é que não sei.











Parmênides: o frango não atravessou a estrada porque não podia mover-se. O movimento não existe.








Darwin: ao longo de grandes períodos de tempo, os frangos têm sido selecionados naturalmente, de modo que, agora, têm uma predisposição genética a cruzar estradas.









Blaise Pascal: quem sabe? 
O coração do frango tem razões que a própria razão desconhece.











SartreTrata-se de mera fatalidade. A existência do frango está em sua liberdade de cruzar a estrada.







Nietzsche: ele deseja superar a sua condição de frango, para tornar-se um superfrango.













Richard Dawkins: na verdade são os genes para atravessar a rua que estão de fato atravessando a rua. O frango é apenas uma forma que os genes encontraram para realizar essa tarefa.








Pavlov: porque antes eu tocava uma sineta e oferecia alimento ao frango do outro lado da rua. Agora, após vários experimentos iguais, basta tocar a sineta sem lhe dar alimento que ele a atravessará.






Clarice Lispector: a essência do frango está nas suas patas. As patas têm o frango. Quem vê as patas, vê o frango. A essência das patas é o correr, o correr abstrato. A estrada é a essência do correr. Quem vê o correr, vê a estrada.






Hipócrates: devido a um excesso de humores em seu pâncreas.








Kant: o frango seguiu apenas o imperativo categórico próprio dos frangos. É uma questão de razão prática.








Estóicos: o frango atravessou a estrada porque esse é um acontecimento necessário. É o destino. Já estava previsto pela ordem universal do cosmos.








Epicuro: é prazeroso ao frango atravessar estradas. O que você acha, amigo?









Filósofos da escola de Frankfurt: é uma questão medíocre imposta pelos mentores de uma arte de massas que transformou a imagem de um frango em mais um produto da indústria cultural.


Filósofos medievais: para responder a tal questão, devemos primeiro deliberar se a expressão “frango” é puro termo esvaziado de sentido ou se a palavra que expressa a idéia genérica e universal de frango, ou ainda se se trata de um frango concreto em particular.







Martin Luther King: Eu tive um sonho. Vi um mundo no qual todos os frangos serão livres para cruzar a estrada sem que sejam questionados seus motivos.







Schopenhauer: no ato de atravessar, está fugindo de si mesmo numa tentativa de aliviar o tédio e sofrimento que é estar vivo neste mundo sem sentido.






Newton: 1) Frangos em repouso tendem a ficar em repouso; frangos em movimento tendem a cruzar a estrada. 
2) por causa da atração gravitacional exercida pelos outros frangos que já estavam do outro lado da estrada.




O que disseram algumas outras mentes


Agnósticos: é impossível saber se o frango realmente atravessou a estrada. A incerteza há de pairar eternamente sobre esta questão.


Céticos: dizem que ele atravessou, mas será que atravessou mesmo? Precisamos investigar tal questão detidamente antes de fazer qualquer declaração a respeito.

Investigadores forenses: as evidências coletadas no local da travessia indicam fortemente que o frango de fato atravessou a estrada.




Ateus: o frango não atravessou a estrada porque ele não existe. Isso é uma crendice estúpida.





Humberto Gessinger: onde estão as provas? Ondes estão os fatos? A travessia era só boato…











Deterministas: o frango não teve escolha. Aliás, nunca terá escolha, o livre-arbítrio não existe.


Cristãos: isso é um mistério que somente deus pode responder.


Espíritas: o frango cruzou a estrada porque incorporou um espírito aventureiro.


Evangélicos: porque Jesus o ama.



Jesus: tenha fé em meu pai e ele lhe mostrará a verdade.








Pastores da Igreja Universal: por 10% que eu te conto.


Sabedoria popular: porque o lado de lá é sempre melhor.





Chapolin Colorado: todos os meus movimentos são friamente calculados.











Professora primária: porque queria chegar do outro lado da rua.


Criança: porque sim.


Surfista: o bicho atravessou cara?… que demais… bicho manêro…


Maconheiro: olha isso cara… que viagem…


Fazendeiro: por causa de que arguém deixou a porta do galinheiro aberta.


Feministas: para humilhar a franga, num gesto exibicionista, tipicamente machista, tentando, além disso, convencê-la de que, enquanto franga, jamais terá a habilidade suficiente para cruzar a estrada.




Hemingway: to die alone in the rain.














Moisés: porque uma voz vinda do céu bradou ao frango: “cruza a estrada”. Então o frango cruzou a estrada e todos se regozijaram.







Carla Perez: porque queria se juntar aos outros mamíferos!







Lula: o frango estava fugindo porque o governo deixa o povo passar fome. Nossos companheiros fizeram valer o direito que todo cidadão tem de ir atrás da comida!






Silvio Santos: o frango atravessou a estraaaada lombardi… a-aiiii hi hi….







:D

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